Um relatório recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou que o Brasil manteve sua capacidade produtiva de aço relativamente estável no período entre 2020 e 2024, contrastando com a expansão agressiva registrada em países como Índia, Irã e Vietnã.
O estudo, que avalia o panorama global do setor siderúrgico, ressalta que, diante de um cenário de excesso de capacidade mundial e forte concorrência internacional, o Brasil adotou uma postura conservadora e defensiva. Isso inclui a implementação de medidas como tarifas de importação, ações antidumping e investigações comerciais para conter a entrada de produtos com preços artificialmente baixos.
Segundo a OCDE, enquanto grandes economias asiáticas ampliaram sua produção como estratégia de crescimento interno e exportação, o Brasil optou por preservar a estabilidade industrial e proteger o mercado doméstico. A capacidade produtiva brasileira de aço permaneceu em torno de 51 milhões de toneladas anuais, segundo dados do Instituto Aço Brasil.
O relatório ainda salienta que, apesar da estabilidade, o setor no Brasil enfrenta desafios relacionados à competitividade, custos logísticos e volatilidade da demanda. Mesmo assim, a indústria nacional foi capaz de manter empregos e operações essenciais, especialmente durante os períodos mais críticos da pandemia de COVID-19.
A análise da OCDE é considerada positiva por especialistas do setor, que enxergam na cautela brasileira uma estratégia alinhada à sustentabilidade e à preservação de sua base produtiva. Ao evitar um aumento descontrolado de capacidade, o país também se resguarda de futuros desequilíbrios entre oferta e demanda que já impactam outros mercados internacionais.
FONTE: UOL Economia