A gigante norte-americana de tecnologia Nvidia alcançou nesta quinta-feira (10) um marco inédito no mercado financeiro ao atingir US$ 4 trilhões em valor de mercado, tornando-se a primeira empresa do setor a alcançar esse patamar. O feito acontece em meio a um cenário de crescentes tensões comerciais globais, lideradas por novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a diversos países, incluindo o Brasil e a China.
O avanço da Nvidia está diretamente ligado ao crescimento acelerado da indústria de inteligência artificial (IA), onde a empresa lidera o fornecimento de chips e processadores de alta performance. Analistas atribuem o salto em seu valuation ao aumento da demanda por infraestrutura de IA por empresas de diversos setores, incluindo saúde, finanças e segurança.
A valorização da companhia ocorre paralelamente ao anúncio do governo dos EUA de tarifas de 50% sobre exportações de cobre, aço e petróleo de mais de 20 países — uma política que ameaça acirrar disputas comerciais e gerar instabilidade no mercado de commodities. O impacto imediato foi sentido em bolsas asiáticas e europeias, mas os índices americanos reagiram positivamente, impulsionados justamente pelo otimismo em torno do setor de tecnologia.
“A ascensão da Nvidia reflete o novo epicentro da economia digital. A IA não é mais apenas tendência, mas base estrutural para a próxima geração de crescimento econômico global”, avalia Michael Santos, analista-chefe da Stanford Capital.
Apesar do clima de celebração em Wall Street, a disparidade entre setores começa a preocupar economistas. Enquanto empresas de tecnologia batem recordes históricos, a indústria pesada e os países exportadores enfrentam pressões tarifárias e riscos cambiais crescentes, especialmente nos mercados emergentes.
O cenário projeta um desafio duplo para economias como o Brasil: aproveitar o boom tecnológico sem perder competitividade no comércio global, agora mais protecionista.
FONTE: reuters.com