O cenário econômico brasileiro apresentou um sinal de alívio nesta segunda-feira (2), com a divulgação do novo Boletim Focus pelo Banco Central. A estimativa para a inflação oficial do país (IPCA) em 2025 foi revista para baixo, passando de 5,50% para 5,46%. O índice permanece, no entanto, acima do centro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, de 3,0% com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A projeção de estabilidade da taxa básica de juros (Selic) também foi mantida, com expectativa de encerrar o ano em 14,75%. Segundo analistas, o patamar elevado da Selic reflete a estratégia do Banco Central para conter pressões inflacionárias ainda persistentes, sobretudo em setores de serviços e alimentos.
A ligeira queda nas expectativas inflacionárias é vista como reflexo de uma desaceleração no consumo e de um desempenho mais moderado da atividade econômica nos últimos meses. Apesar disso, os economistas consultados pelo Banco Central alertam para riscos externos, como oscilações no preço do petróleo e incertezas fiscais domésticas, que ainda podem impactar os índices ao longo do segundo semestre.
A manutenção da Selic em níveis elevados tem efeitos diretos sobre o crédito, encarecendo o financiamento tanto para consumidores quanto para empresas. Ao mesmo tempo, contribui para manter a atratividade dos investimentos em renda fixa, o que ajuda no controle cambial e na contenção de inflação importada.
O próximo Comitê de Política Monetária (Copom), previsto para julho, será decisivo para indicar se o Banco Central considera haver espaço para iniciar um ciclo de cortes nos juros, dependendo do comportamento dos preços e do equilíbrio fiscal promovido pelo governo federal.
FONTE: Valor econômico