O mercado financeiro voltou a revisar para baixo a expectativa de inflação no Brasil, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (17) pelo Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central que reúne estimativas de mais de cem instituições financeiras.
A previsão para o IPCA — índice que mede a inflação oficial do país — foi ajustada de 5,44% para 5,25%, marcando a terceira queda consecutiva nas projeções do mercado. A revisão reflete os sinais de desaceleração registrados nos últimos meses, como o IPCA de maio, que ficou em 0,26%, abaixo do esperado.
Apesar da tendência de queda, o número ainda permanece acima da meta central de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2025, embora esteja dentro do intervalo de tolerância (1,5 ponto percentual para cima ou para baixo).
Além da inflação, o mercado também elevou a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,18% para 2,20% neste ano, impulsionado pelo bom desempenho do agronegócio e da indústria no primeiro trimestre, que levaram o país a crescer 1,4% no período, segundo o IBGE.
Já a previsão para a taxa Selic, atualmente em 14,75% ao ano, permanece estável nas estimativas. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta semana para decidir os rumos da taxa básica de juros. Com a inflação em desaceleração, parte do mercado aposta na manutenção da Selic, encerrando o ciclo de alta iniciado no início de 2025.
A expectativa para o dólar também se manteve estável, em R$ 5,60 ao final do ano, enquanto a previsão para o saldo da balança comercial subiu, indicando otimismo com as exportações brasileiras, principalmente do setor agrícola.
Especialistas avaliam que o cenário aponta para uma gradual melhora das condições macroeconômicas, mas ainda cercado por incertezas internacionais, como os impactos da desaceleração global e a instabilidade política em mercados emergentes.
FONTE: Banco Central