Após meses de incertezas macroeconômicas e geopolíticas, o sentimento nos mercados internacionais apresenta sinais de recuperação. Uma nova pesquisa do Bank of America mostra que 54% dos gestores de fundos globais esperam que ações internacionais superem as americanas nos próximos cinco anos, enquanto 66% projetam um “pouso suave” da economia mundial — expressão que sugere desaceleração sem recessão.
Apesar do otimismo moderado, o cenário ainda é permeado por sinais de cautela. Relatórios recentes de instituições como o Deutsche Bank e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertam para riscos que podem estar sendo subestimados pelo mercado: inflação persistente, escalada de tensões no Oriente Médio, desequilíbrios fiscais e possível correção em ativos considerados supervalorizados — como o ouro e os títulos soberanos japoneses.
O movimento de recuperação nos mercados também é impulsionado por expectativas de cortes graduais nas taxas de juros em países europeus e asiáticos, além da resiliência econômica observada em grandes economias emergentes, como Índia e Brasil. Ainda assim, analistas observam que qualquer novo choque externo — especialmente ligado a petróleo ou segurança internacional — pode reverter rapidamente esse otimismo.
“Há uma discrepância clara entre a percepção dos gestores e os fundamentos macroeconômicos. O mercado está aliviado, mas ainda frágil”, afirmou Patrick Okamoto, analista-chefe do Deutsche Bank.
Para os investidores institucionais, a principal aposta continua sendo a diversificação geográfica e setorial, com foco em ativos de renda variável fora dos Estados Unidos, commodities energéticas e proteção cambial em moedas fortes.
FONTE: marketwatch.com