Inflação desacelera em maio e reforça expectativa de fim do ciclo de alta de juros no Brasil

Economia6 days ago

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou desaceleração em maio, com variação de 0,17% no grupo de Alimentação e Bebidas, o menor avanço mensal desde agosto de 2024. O dado, divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforça as expectativas do mercado pela interrupção no ciclo de aumento da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,25% ao ano.

Apesar da desaceleração pontual, o IPCA acumulado em 12 meses segue em 5,32%, acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual. Ainda assim, analistas apontam que o comportamento recente dos preços sinaliza um possível alívio das pressões inflacionárias, sobretudo nos alimentos e combustíveis.

O resultado de maio foi influenciado pela estabilidade nos preços de produtos in natura e pela queda no custo de itens como óleo de soja, carnes e arroz. Também houve recuo no valor das passagens aéreas e da energia elétrica residencial, o que contribuiu para suavizar o índice geral.

A expectativa de uma mudança na postura do Banco Central cresceu após a divulgação do IPCA. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente em julho e, embora ainda haja cautela quanto à trajetória da inflação, economistas começam a projetar uma possível pausa ou até início de corte na Selic, caso o comportamento dos preços se mantenha sob controle.

Para o economista Fernando Holanda Barbosa Filho, da FGV, o cenário é de transição. “A inflação ainda está acima da meta, mas o núcleo desacelera e o mercado de trabalho começa a dar sinais de acomodação. Isso abre espaço para revisão na política monetária, desde que o fiscal continue sob controle”, avaliou.

A nova leitura do IPCA será determinante não apenas para a política de juros, mas também para decisões de investimento, crédito e consumo nos próximos meses, num momento em que o governo federal busca estimular o crescimento econômico sem reacender a inflação.

FONTE: oglobo

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