Inflação de maio desacelera e reforça expectativa de pausa na alta dos juros

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% em maio, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio abaixo da expectativa de analistas, que projetavam uma variação de 0,33%, e reforça as expectativas de que o Banco Central poderá pausar o ciclo de alta da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para os dias 17 e 18 de junho.

No acumulado de 12 meses, a inflação alcança 5,32%, ainda acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual. Apesar disso, a desaceleração observada nos grupos de alimentação e transportes, responsáveis por grande parte da composição do índice, foi determinante para o resultado mais ameno.

De acordo com o IBGE, itens como passagens aéreas, combustíveis e alguns alimentos in natura registraram queda de preços, contribuindo para aliviar a pressão inflacionária. No entanto, serviços e produtos monitorados, como energia elétrica e planos de saúde, continuam com alta acumulada.

O mercado financeiro reagiu positivamente à divulgação, com queda no dólar e alta no Ibovespa, refletindo o alívio na percepção de risco e maior confiança de que o Banco Central adotará uma postura mais flexível. Atualmente, a taxa Selic está em 14,75% ao ano, o maior patamar desde 2006.

Economistas avaliam que o cenário inflacionário abre espaço para o início de uma trajetória de estabilidade ou mesmo redução nos juros no segundo semestre, desde que os próximos indicadores confirmem uma tendência de controle de preços. A decisão do Copom será decisiva para balizar expectativas no mercado financeiro e no setor produtivo, que acompanha de perto os desdobramentos da política monetária.

FONTE: reuturs.com