O governo federal voltou a destacar nesta quarta-feira (3) a importância de um ajuste fiscal gradual, após a divulgação de dados que mostram um avanço expressivo da dívida pública brasileira. De janeiro a maio de 2025, o endividamento nacional cresceu R$ 354 bilhões, segundo informações do Tesouro Nacional. O aumento foi impulsionado principalmente pelo pagamento de juros da dívida, que se tornaram mais onerosos com a taxa Selic em 15% ao ano.
Em declaração à imprensa, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dário Durigan, afirmou que o governo está atento ao cenário, mas descarta medidas drásticas de contenção. “Estamos comprometidos com o reequilíbrio fiscal, mas de maneira responsável, para não comprometer a retomada econômica e a proteção social”, declarou.
A dívida bruta do governo geral já ultrapassa 76% do Produto Interno Bruto (PIB), o que acende alertas entre analistas e agências de risco. O próprio Durigan reconheceu que o cenário exige atenção, mas enfatizou que os fundamentos da economia seguem sólidos, citando o aumento da arrecadação e o controle da inflação como pontos positivos.
Economistas veem com cautela o crescimento da dívida. “É natural que, com juros altos, o custo da dívida aumente. A questão central agora é garantir que o crescimento da receita acompanhe, e que os gastos sejam compatíveis com a meta fiscal”, avaliou a economista Mariana Fonseca, da FGV.
A equipe econômica defende um cronograma de ajuste que preserve investimentos estratégicos, como infraestrutura e inovação, além de políticas sociais. O governo também planeja enviar ao Congresso novas propostas de revisão de gastos e incremento de receitas ainda neste semestre.
FONTE: reuters.com