Copom inicia reunião para definir rumo da Selic; mercado aposta em manutenção da taxa

Economia6 hours ago

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deu início nesta segunda-feira (17) à sua reunião bimestral para definir a nova taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, atualmente fixada em 14,75% ao ano. A decisão oficial será anunciada na quarta-feira (19), mas o mercado financeiro já trabalha com a expectativa majoritária de manutenção da taxa, interrompendo o ciclo de altas iniciado no início do ano.

A avaliação dos analistas se baseia no comportamento recente da inflação, que vem dando sinais de desaceleração. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% em maio, abaixo das projeções do mercado, acumulando 5,32% em 12 meses — ainda acima da meta, mas em trajetória de queda.

Apesar disso, o Banco Central deve adotar postura cautelosa. A última ata do Copom já indicava “ambiente de incerteza elevada”, especialmente no cenário internacional, com volatilidade cambial, tensões geopolíticas e expectativas instáveis nos Estados Unidos e China. Além disso, a própria política fiscal do governo federal segue sendo monitorada com atenção pelo BC.

Para o economista Gustavo Melo, da consultoria Econômica Brasil, o atual momento exige prudência. “Apesar do arrefecimento da inflação, o Copom dificilmente sinalizará cortes agora. O mais provável é uma pausa técnica na subida da Selic, enquanto se aguardam mais dados consolidados do segundo semestre”, afirma.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para conter a inflação. Ao mantê-la elevada, o BC busca restringir o crédito e o consumo, reduzindo a pressão sobre os preços. Por outro lado, juros altos também encarecem o financiamento produtivo e podem afetar o crescimento econômico.

O mercado acompanha com atenção não só a taxa que será anunciada, mas também o tom do comunicado oficial e a ata que será divulgada na próxima semana, pois esses documentos indicarão a trajetória esperada da política monetária nos próximos meses.

A decisão desta semana será a última antes do recesso parlamentar e tem potencial de influenciar os rumos da economia no segundo semestre de 2025.

FONTE: Banco Central

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