Em decisão que contrariou parte das expectativas do mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, fixando-a em 15% ao ano. Esta é a sétima alta consecutiva e marca o maior nível da Selic desde julho de 2006.
O aumento, anunciado na noite de quarta-feira (19), vem em resposta à pressão inflacionária persistente e à necessidade de reforçar o compromisso com o controle de preços. De acordo com a ata divulgada, o Copom entende que a política monetária deverá permanecer em patamar “significativamente contracionista” por um “período prolongado” para garantir a convergência da inflação às metas estabelecidas.
O comunicado também indica que novas elevações não estão descartadas, embora o ciclo atual possa ser pausado para que os efeitos dos juros altos sejam plenamente absorvidos pela economia.
O movimento surpreendeu analistas, que majoritariamente esperavam manutenção da taxa em 14,75%. A alta reflete preocupações com a reaceleração dos núcleos de inflação, além de fatores externos como a volatilidade do dólar e a alta das commodities.
Para o setor produtivo, a decisão eleva os custos de crédito e pode frear investimentos e o consumo nos próximos meses. Por outro lado, o Banco Central busca reforçar a credibilidade da política monetária e evitar desancoragem das expectativas inflacionárias para 2025 e 2026.
A próxima reunião do Copom está prevista para agosto, quando o comitê deve avaliar os efeitos acumulados das medidas e as condições para uma eventual mudança de direção. Até lá, o mercado deve observar com atenção os indicadores de inflação e atividade econômica.
FONTE: valor.globo.com