A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 0,5% em junho, na comparação com maio, segundo dados divulgados hoje pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O índice atingiu 92,7 pontos, seu maior patamar em mais de um ano, reforçando uma tendência gradual de recuperação da confiança dos consumidores, mesmo em um ambiente de juros elevados.
Entre os componentes analisados, o destaque ficou para o item “acesso ao crédito”, que subiu 2,5%, refletindo uma percepção mais favorável dos consumidores em relação à possibilidade de obtenção de financiamentos. Por outro lado, a perspectiva de compra de bens duráveis apresentou recuo, demonstrando cautela diante do cenário macroeconômico ainda instável.
A CNC atribui a leve melhora do índice ao mercado de trabalho aquecido, com geração contínua de empregos formais, e à desaceleração da inflação em alguns segmentos essenciais. No entanto, fatores como o nível elevado da taxa Selic (15%), a volatilidade cambial e o encarecimento do crédito ainda limitam uma expansão mais robusta do consumo.
“Embora haja sinais de otimismo moderado, o consumo ainda está abaixo da zona de otimismo. A tendência é de recuperação lenta, sustentada por renda e emprego, mas pressionada pelos juros altos”, avaliou o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.
A pesquisa, de abrangência nacional, também revela que famílias com renda inferior a 10 salários mínimos continuam demonstrando maior insegurança em relação à capacidade de consumo, evidenciando a persistência da desigualdade no impacto da recuperação econômica.
FONTE: agenciabrasil