Com Selic a 15% ao ano, Banco Central sinaliza pausa prolongada nos juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, o nível mais elevado desde 2006. A decisão, anunciada na última reunião do colegiado, reflete a avaliação de que os efeitos do ciclo de aperto monetário iniciado em 2024 ainda não foram totalmente absorvidos pela economia.

Em comunicado oficial, o Banco Central sinalizou que os atuais patamares de juros deverão ser mantidos por um período prolongado, com o objetivo de consolidar a trajetória de queda da inflação, cuja projeção para 2025 foi revisada para 4,9%, ainda acima da meta de 3%. A instituição descartou, por ora, qualquer possibilidade de início do ciclo de corte de juros, classificando tal debate como “prematuro”.

“Ainda estamos observando o impacto defasado da política monetária. A prioridade é assegurar que as expectativas inflacionárias estejam firmemente ancoradas”, destacou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Economistas e agentes do mercado financeiro já projetam que o início de cortes só deve ocorrer no último trimestre de 2025, caso o controle da inflação se confirme e a atividade econômica desacelere de forma consistente. Enquanto isso, setores como a indústria e a construção civil seguem pressionados pelo custo elevado do crédito, o que deve impactar o ritmo de crescimento do PIB no segundo semestre.

A decisão do Copom é acompanhada de perto por investidores e pelo governo federal, que busca manter o equilíbrio entre o combate à inflação e a retomada do crescimento sustentável. A próxima reunião do comitê está agendada para agosto, e o cenário externo — especialmente a política monetária dos Estados Unidos — também será levado em conta nas futuras decisões.

FONTE: reuters.com