Brasil reforça agenda internacional com foco em tributação justa e reforma do comércio global

Durante a cúpula dos BRICS realizada neste final de semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a necessidade de promover uma ordem econômica internacional mais equitativa, centrada em reformas fiscais e no combate à desigualdade entre países. O discurso, feito em reunião fechada com ministros das Finanças do bloco, reforça a posição brasileira em defesa de uma governança global mais representativa.

Entre os principais pontos abordados, Haddad defendeu a implementação de impostos globais sobre grandes fortunas e lucros excessivos, como forma de garantir receitas estáveis para os países em desenvolvimento. O ministro também reiterou o compromisso com a adoção de um IVA mais progressivo, que reduza a carga tributária sobre os mais pobres e eleve a contribuição de setores mais lucrativos.

“O Brasil entende que a consolidação de um sistema tributário mais justo é essencial para enfrentar os desafios sociais e ambientais do século XXI”, afirmou o ministro. Ele também alertou para o desequilíbrio nas cadeias produtivas globais e a necessidade de fortalecer os mecanismos multilaterais de comércio, hoje sob pressão com o avanço de políticas protecionistas.

A proposta brasileira foi bem recebida por países como Índia e África do Sul, que também vêm defendendo mudanças estruturais nos organismos internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC). A articulação ocorre em um momento de transição geopolítica, no qual os BRICS buscam ampliar sua influência frente ao chamado “norte global”.

No plano interno, o Ministério da Fazenda vê essas iniciativas como parte do esforço para reforçar a arrecadação, enfrentar a dívida pública e ampliar os investimentos sociais. Especialistas apontam que a articulação internacional poderá fortalecer a posição do Brasil nas negociações fiscais e acelerar a reforma tributária em curso no Congresso.

FONTE: reuters.com