Em um movimento estratégico para diversificar suas parcerias comerciais e reduzir a dependência das grandes potências econômicas, Brasil e México intensificaram esta semana o diálogo bilateral para firmar acordos em áreas como aeroespacial, farmacêutica, agronegócio e energias renováveis.
Representantes dos dois governos participaram de uma rodada de reuniões em Brasília, com o objetivo de reforçar a integração produtiva latino-americana e promover o comércio intra-regional, que historicamente representa uma fatia pequena nas exportações de ambos os países. A agenda inclui a criação de mecanismos para facilitar investimentos cruzados e harmonizar normas técnicas.
A iniciativa é vista como parte de uma estratégia geopolítica e econômica de médio e longo prazo, diante das tensões comerciais globais e da alta dependência brasileira e mexicana dos mercados dos Estados Unidos e da China — que, juntos, absorvem mais de 50% das exportações de ambos.
Segundo o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, há uma “grande janela de oportunidade para ampliar a complementaridade econômica entre os dois países”. Ele destacou o potencial de cooperação em setores como automotivo, biotecnologia e infraestrutura digital.
Empresários e analistas econômicos veem com otimismo a reaproximação. “Brasil e México têm bases industriais robustas, mas com perfis distintos. Uma maior sinergia pode gerar ganhos logísticos, redução de custos e aumento de competitividade no mercado global”, avaliou a economista Patricia Pelayo, do Centro de Estudos de Integração Latino-Americana (CEILA).
A expectativa é de que as negociações avancem nas próximas semanas, com possibilidade de assinatura de memorandos de entendimento durante encontros do Mercosul e da Aliança do Pacífico ainda em 2025.
FONTE: ft.com