O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, afirmou nesta segunda-feira (16) que a inflação na zona do euro está em trajetória de retorno à meta de 2% e que a instituição provavelmente realizará apenas mais um corte na taxa de juros ao longo de 2025.
A declaração foi dada durante entrevista à imprensa internacional e reforça a leitura de que o BCE está confortável com o atual ritmo de desinflação. Segundo De Guindos, a inflação caiu para 1,4% no primeiro trimestre de 2026 e os dados mais recentes sugerem estabilidade dos preços, sobretudo nos setores de serviços e energia.
“A política monetária está surtindo o efeito esperado. É importante manter o curso com prudência, evitando movimentos excessivos que possam reacender pressões inflacionárias ou comprometer a recuperação econômica”, afirmou o vice-presidente.
Atualmente, a taxa de juros de referência do BCE está em 3,75% ao ano, após sucessivos aumentos entre 2022 e 2024 que visaram conter o pico inflacionário pós-pandemia. O corte realizado em junho de 2025 foi o primeiro em mais de três anos e marcou uma mudança de ciclo.
O posicionamento do BCE contrasta com as expectativas do mercado norte-americano, onde analistas esperam estabilidade prolongada da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed), diante de uma inflação ainda resistente. A sinalização europeia é bem recebida por investidores, que enxergam um ambiente de previsibilidade monetária na região.
Especialistas avaliam que a abordagem do BCE visa equilibrar o controle inflacionário com a necessidade de reativar o crescimento, em um contexto global de desaceleração econômica. O Fundo Monetário Internacional projeta crescimento modesto para a zona do euro, abaixo de 1% em 2025, o que reforça o papel da política monetária na sustentação da atividade.
FONTE: reuters.com