Em meio às incertezas do cenário econômico global e às pressões internas por redução da taxa básica de juros, o Banco Central do Brasil (BC) sinalizou nesta segunda-feira (9) que manterá uma abordagem “flexível e cautelosa” na condução da política monetária. A declaração ocorre às vésperas da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 17 e 18 de junho.
Atualmente, a taxa Selic está em 14,75% ao ano, o maior patamar dos últimos 20 anos, após seis altas consecutivas desde 2024. A decisão de manter ou alterar esse índice será tomada com base nos dados mais recentes sobre inflação, crescimento do PIB, mercado de trabalho e equilíbrio fiscal.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o momento exige responsabilidade e análise técnica, evitando decisões precipitadas. “Seguiremos atentos aos indicadores. A flexibilidade permite ajustes conforme o ambiente fiscal e a evolução dos preços”, disse.
Nos bastidores, há pressão do setor produtivo e de parte do governo federal para que o BC comece a reduzir os juros, argumentando que o atual patamar prejudica investimentos e o crescimento da economia. Em contrapartida, analistas de mercado alertam para os riscos inflacionários, especialmente diante das incertezas fiscais e do comportamento do dólar.
O Fundo Monetário Internacional (FMI), em projeção recente, previu inflação convergindo para a meta de 3% até 2027, o que pode abrir espaço para cortes graduais na Selic a partir do segundo semestre.
O mercado financeiro aguarda com expectativa a ata da próxima reunião do Copom, que trará os argumentos técnicos por trás da decisão. Independentemente do resultado, a sinalização de cautela reforça o compromisso da autoridade monetária com o controle da inflação e a estabilidade econômica.
FONTE: reuters