
Em sua última reunião antes do encerramento de 2025, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, repetindo o patamar das três decisões anteriores e reforçando uma postura de cautela diante das incertezas econômicas no cenário interno e internacional.
A decisão, tomada por unanimidade, interrompe as expectativas do mercado por um possível início de ciclo de cortes ainda neste ano. Segundo a nota divulgada pelo Copom, o atual nível de juros é considerado necessário para garantir o controle da inflação, que embora esteja convergindo para a meta, ainda apresenta riscos altistas no médio prazo.
“O Comitê avalia que a manutenção da Selic em 15% é compatível com a estratégia de convergência da inflação para a meta de 3% ao longo do horizonte relevante da política monetária”, informou o comunicado oficial do Banco Central.
A decisão ocorre em meio a uma conjuntura marcada por inflação em queda, porém resistente, e atividade econômica desacelerando, com impactos perceptíveis no comércio, indústria e mercado de trabalho. Além disso, a necessidade de maior alinhamento entre política fiscal e monetária tem sido destacada por economistas e membros do próprio governo.
Ministros da área econômica, como Fernando Haddad (Fazenda), voltaram a defender a redução gradual da Selic em 2026, alegando que a manutenção de juros tão elevados prejudica a retomada do crescimento e dos investimentos produtivos.
Analistas do mercado financeiro consideram que, mesmo com a inflação sob controle, o Banco Central opta por prudência diante de pressões fiscais, ruídos políticos e da expectativa de uma possível desaceleração global no próximo ano.
A próxima reunião do Copom está prevista para fevereiro de 2026. Até lá, o mercado seguirá atento à evolução dos indicadores de inflação, crescimento, câmbio e equilíbrio fiscal para tentar prever os próximos movimentos da autoridade monetária.
FONTE: reuters.com