
Um levantamento inédito realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em parceria com a empresa de tecnologia Cisco, apontou que o Brasil está entre os países emergentes que mais avançam na adoção da inteligência artificial generativa. O estudo, divulgado nesta semana, revela que adultos jovens brasileiros estão entre os que mais utilizam tecnologias de IA no mundo, superando usuários de várias nações desenvolvidas.
Segundo o relatório, o Brasil figura ao lado de países como Índia, África do Sul e México no topo da lista de adoção da IA generativa, especialmente em aplicações voltadas à educação, produção de conteúdo e negócios digitais. O uso por estudantes, jovens profissionais e empreendedores tem impulsionado o crescimento da tecnologia no país, colocando o Brasil como ator ativo no cenário tecnológico global.
“A juventude brasileira está abraçando rapidamente ferramentas baseadas em IA — seja para aprender, trabalhar ou criar. Essa abertura é um ativo valioso, mas que precisa ser acompanhado de políticas públicas consistentes para garantir acesso universal, segurança digital e uso ético da tecnologia”, afirmou Melissa King, diretora de pesquisa da Cisco.
Apesar dos avanços, o estudo alerta para grandes desigualdades no acesso à tecnologia e nos níveis de alfabetização digital. Há disparidades significativas entre regiões urbanas e rurais, entre faixas etárias e níveis de renda, o que pode aprofundar exclusões já existentes. Além disso, questões como dependência de plataformas estrangeiras, exposição a conteúdos manipulados e riscos à privacidade também foram destacados como pontos críticos.
A pesquisa defende que governos e empresas invistam em infraestrutura de conectividade, capacitação digital e regulação clara para uso responsável da IA. A proposta é garantir que o crescimento tecnológico beneficie amplamente a sociedade e não apenas setores privilegiados.
No Brasil, o governo federal sinalizou que incluirá a regulação da IA em sua agenda prioritária para 2026, com foco em proteção de dados, transparência algorítmica e responsabilidade das plataformas. Iniciativas de inclusão digital, como formação de professores em tecnologia e acesso gratuito à internet em escolas públicas, também devem ganhar força.
O estudo coloca o Brasil diante de uma oportunidade estratégica: transformar a energia criativa de seus jovens em vantagem competitiva e motor de desenvolvimento, desde que os avanços sejam acompanhados de políticas inclusivas e sustentáveis.
FONTE: investor.cisco.com