Manufatura global desacelera com queda de pedidos e incerteza comercial

Economia1 week ago

A indústria manufatureira mundial voltou a apresentar sinais de desaceleração no último trimestre, pressionada por queda nas encomendas internacionais, estoques elevados e instabilidade nas cadeias de suprimentos. A retração atinge especialmente economias exportadoras como China, Alemanha, Coreia do Sul e Japão, e reforça preocupações sobre a recuperação econômica global em 2026.

Dados compilados por institutos de pesquisa industrial indicam que os índices de gerentes de compras (PMIs) — que medem a atividade da indústria — permanecem abaixo do nível de 50 em diversos países, sinalizando contração. A queda na demanda por bens duráveis, os custos elevados de energia e o impacto persistente de políticas protecionistas têm afetado diretamente o volume de produção.

Na China, principal polo manufatureiro do planeta, fábricas de médio porte relataram cancelamentos de contratos de exportação e adiamento de pedidos vindos da Europa e América do Norte. Em países da União Europeia, o setor enfrenta custos logísticos e incertezas regulatórias decorrentes de mudanças ambientais e comerciais.

Nos Estados Unidos, apesar de algum alívio inflacionário, os pedidos industriais recuaram pelo terceiro mês consecutivo, com destaque para setores como eletrônicos, têxteis e equipamentos automotivos.

“A manufatura global vive um momento de transição. A demanda pós-pandemia já foi absorvida e agora as empresas lidam com excesso de capacidade, estoques elevados e consumidores mais cautelosos”, analisa Janet Keller, economista do Centro de Estudos de Comércio Internacional (CETI).

A queda nas encomendas também afeta países emergentes integrados às cadeias globais de produção, incluindo o Brasil, cujos exportadores industriais relatam dificuldades para manter o ritmo de vendas externas.

Especialistas alertam que a recuperação da indústria dependerá de estímulos coordenados, reequilíbrio logístico e recomposição da confiança no comércio internacional. Caso contrário, o cenário pode arrastar-se por todo o primeiro semestre de 2026.

FONTE: reuters.com

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