
A crescente expectativa de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, comece a reduzir sua taxa básica de juros a partir de dezembro tem alimentado uma onda de otimismo nos principais mercados financeiros globais. Bolsas da Ásia, Europa e América encerraram a última semana em alta, refletindo a confiança dos investidores em um possível ciclo de alívio monetário após meses de política restritiva.
Analistas avaliam que a sinalização do Fed sobre o fim do aperto monetário foi reforçada por dados recentes de inflação e emprego, que indicam desaceleração da economia norte-americana sem comprometer a estabilidade. A expectativa é de que, diante desse cenário, o banco central inicie uma série de cortes graduais, reduzindo o custo do crédito e estimulando o consumo e os investimentos.
Com isso, o índice Dow Jones fechou a semana com alta acumulada de 2,1%, o S&P 500 avançou 1,8%, e bolsas europeias como a de Frankfurt e Paris também registraram ganhos expressivos. Na Ásia, o índice Nikkei, do Japão, atingiu seu maior patamar desde 1990.
A possível queda dos juros nos EUA também repercute em economias emergentes, como o Brasil, que podem atrair mais capital estrangeiro diante da diminuição da atratividade dos títulos norte-americanos. Moedas locais se valorizaram e os índices de ações subiram em países como México, Índia e África do Sul.
No entanto, economistas alertam para o excesso de entusiasmo do mercado. “Ainda há incertezas geopolíticas e pressões inflacionárias residuais. O ciclo de cortes pode ser mais lento do que o mercado espera”, afirma Lydia Ramos, analista-chefe do Global Markets Institute.
Mesmo assim, o sentimento é de alívio após dois anos marcados por juros elevados, inflação persistente e instabilidade nos fluxos internacionais. Se confirmada, a mudança de postura do Fed pode inaugurar um novo ciclo de crescimento moderado e estabilidade global em 2026.
FONTE: reuters.com