
A cidade de Belém, que será a anfitriã da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em 2026, deu um passo decisivo em direção à consolidação de uma economia verde com o lançamento de um parque de inovação em bioeconomia. O projeto, que movimentará cerca de R$ 300 milhões, pretende transformar recursos naturais da Amazônia — como açaí, castanha-do-Brasil e óleos vegetais — em produtos com alto valor agregado para exportação.
A iniciativa foi apresentada nesta semana como parte de um esforço nacional para posicionar o Brasil como referência global em desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo em que busca gerar emprego, renda e preservação ambiental na região Norte.
Tecnologia e floresta: uma nova economia em construção
O projeto reunirá pesquisadores, startups, universidades, cooperativas e investidores, com foco na criação de novos produtos, cosméticos, alimentos funcionais e insumos industriais de origem florestal. A proposta é agregar valor à biodiversidade sem comprometer a integridade dos ecossistemas amazônicos.
“Estamos colocando ciência e inovação a serviço da floresta em pé. O que antes era explorado de forma predatória agora será transformado em riqueza sustentável”, afirmou Ana Paula Oliveira, coordenadora do projeto.
Modelo pode inspirar políticas nacionais e estaduais
Autoridades do governo federal acompanham de perto a experiência de Belém, que pode servir como modelo para outros estados brasileiros, inclusive para regiões como o Vale do Ivaí, que concentram biodiversidade e recursos naturais com potencial econômico pouco explorado.
A proposta é que o modelo de bioeconomia seja replicado em diferentes biomas, com incentivo à pesquisa científica, parcerias público-privadas e apoio a comunidades tradicionais.
Amazônia como protagonista na agenda internacional
Com a aproximação da COP30, o projeto é visto como vitrine para o Brasil demonstrar que é possível combinar crescimento econômico com compromisso climático. Belém busca atrair investidores internacionais e consolidar um ecossistema de negócios verdes, que respeite a cultura local e valorize os saberes tradicionais da floresta.
FONTE: reuters.com