
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta semana que a inflação subjacente segue elevada no Brasil, o que justifica a manutenção da política monetária restritiva conduzida pelo Banco Central. A declaração foi feita após a divulgação de novos indicadores que mostram resistência dos núcleos inflacionários — especialmente nos setores de serviços e alimentos processados.
Segundo Haddad, a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano tem como objetivo conter pressões inflacionárias persistentes e preservar a credibilidade da autoridade monetária. Embora o índice oficial de inflação tenha mostrado ligeira desaceleração, os núcleos — que desconsideram variações pontuais — permanecem acima da meta do Conselho Monetário Nacional.
“O Banco Central está agindo com responsabilidade, observando a inflação estrutural. Isso reforça a importância do nosso equilíbrio fiscal e da coordenação entre política monetária e fiscal”, declarou o ministro.
A posição do governo ocorre em meio a um cenário de crescimento econômico mais moderado. Analistas do mercado alertam que, apesar do controle da inflação ser prioritário, a taxa de juros elevada pode comprometer o ritmo de recuperação, freando investimentos, crédito e consumo das famílias.
De acordo com o boletim Focus do Banco Central, o mercado projeta uma inflação de 4,3% para 2025, ainda acima da meta de 3%, e prevê uma queda gradual da Selic apenas a partir do segundo semestre de 2026.
FONTE: reuters.com