
A atividade econômica brasileira apresentou crescimento de 0,4% em agosto na comparação com julho, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta quarta-feira (16). Embora o dado mostre continuidade na expansão da economia, o resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que projetava avanço de 0,6%.
O desempenho mais modesto foi atribuído, principalmente, à queda de 1,9% na agropecuária e à desaceleração de setores como comércio e serviços, que vêm perdendo fôlego após meses de recuperação. O índice, que funciona como uma espécie de “prévia do PIB”, aponta agora para um crescimento mais moderado na reta final de 2025.
Na comparação anual — agosto de 2025 contra o mesmo mês de 2024 — o IBC-Br teve alta de 3,2%, indicando que, apesar da desaceleração pontual, a economia ainda acumula ganhos expressivos no ano. No acumulado de 12 meses, o índice avançou 2,5%.
“O resultado mostra que a economia segue crescendo, mas em ritmo mais contido. A alta dos juros, combinada com incertezas fiscais e o cenário internacional volátil, começa a impactar o dinamismo interno”, avaliou Mariana Barros, economista da Tendências Consultoria.
Com a taxa Selic mantida em 15% e uma política monetária ainda restritiva, os analistas veem menor espaço para aceleração do consumo e do crédito nos próximos meses. A queda recente da inflação pode abrir caminho para revisões futuras na taxa de juros, mas o Banco Central já sinalizou que não pretende agir de forma precipitada.
O resultado reforça a leitura de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá desacelerar no segundo semestre, com crescimento estimado entre 2,2% e 2,4% em 2025, abaixo do ritmo observado em 2023 e 2024.
FONTE: reuters.com