
O atual patamar da taxa básica de juros, a Selic em 15% ao ano, deverá ser suficiente para conter a inflação e garantir a convergência à meta oficial de 3%, segundo avaliação do diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David. A declaração foi feita nesta quarta-feira (15), em meio a expectativas do mercado sobre os próximos passos da autoridade monetária.
Durante participação em evento do setor financeiro, o dirigente destacou que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá uma abordagem conservadora e gradual, evitando ajustes bruscos ou reações precipitadas a oscilações temporárias nos indicadores econômicos.
“O atual nível de juros já é suficientemente contracionista e tende a ser eficaz no processo de desinflação”, afirmou David, ao reiterar o compromisso do Banco Central com a estabilidade de preços.
A fala ocorre após a divulgação de dados que mostram inflação subjacente ainda resistente, mesmo com o IPCA geral em trajetória de desaceleração. O próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu que os núcleos inflacionários permanecem elevados, o que justifica a manutenção da política monetária em tom firme.
Com o crescimento da atividade econômica abaixo do esperado em agosto, segundo o índice IBC-Br (0,4% no mês), parte dos analistas passou a defender uma possível flexibilização futura nos juros. No entanto, a fala de Nilton David indica que o ciclo de cortes não deve ser retomado tão cedo, diante das incertezas internas e do cenário externo ainda pressionado.
A decisão mais recente do Copom, no início do mês, foi de manter a Selic em 15%, interrompendo o ciclo de quedas iniciado em 2023. O mercado agora aguarda os próximos indicadores de inflação e atividade para estimar os rumos da política monetária nos últimos meses do ano.
FONTE: reuters.com