EUA expandem “Silicon Desert” enquanto China acelera autossuficiência em semicondutores

Tecnologia17 hours ago

Em meio à crescente disputa por liderança tecnológica, Estados Unidos e China aceleram estratégias paralelas para garantir o domínio na produção de semicondutores — considerados insumos estratégicos para a economia e segurança global.

Nos Estados Unidos, o estado do Arizona tem se consolidado como o novo epicentro da indústria de chips, ganhando o apelido de “Silicon Desert”. Gigantes do setor, como TSMC, Intel e Samsung, anunciaram nos últimos meses novos investimentos em fábricas (fabs) de alta tecnologia, impulsionados por subsídios do governo norte-americano e incentivos do CHIPS Act.

“Estamos estabelecendo uma base sólida para a independência digital dos EUA”, declarou a secretária de Comércio, Gina Raimondo, durante a inauguração de uma nova planta da TSMC em Phoenix.

A expectativa é que, até 2028, o estado produza parte significativa dos chips avançados utilizados em inteligência artificial, defesa, veículos autônomos e redes 6G — setores considerados prioritários na agenda tecnológica de Washington.

Enquanto isso, a China elevou sua produção doméstica de wafers de silício para quase 50% da demanda nacional, segundo dados da Associação Chinesa de Indústria de Semicondutores (CSIA). O país também anunciou novos centros de pesquisa e desenvolvimento em Xangai e Shenzhen voltados à fabricação de chips de 3 a 5 nanômetros — patamar até então dominado por Taiwan e Coreia do Sul.

“A meta é reduzir drasticamente a dependência externa até 2030 e fortalecer a soberania tecnológica chinesa”, afirmou Zhang Xin, vice-ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China.

A disputa por chips reflete o novo tabuleiro da geopolítica global, onde infraestrutura tecnológica se tornou tão estratégica quanto energia ou defesa. A escassez de semicondutores entre 2020 e 2022, agravada pela pandemia e tensões entre EUA e China, já havia exposto a vulnerabilidade das cadeias produtivas globais.

Especialistas alertam que a intensificação dessa corrida pode gerar fragmentação nos padrões internacionais, barreiras comerciais e reconfiguração das alianças industriais — com impacto direto sobre países exportadores de matéria-prima, como o Brasil.

FONTE: ft.com

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