O setor de tecnologia no Brasil tem experimentado um ciclo acelerado de expansão impulsionado por investimentos diretos da China, que vê no país um parceiro estratégico para a inovação e a digitalização na América Latina. O movimento abrange desde startups de aplicativos até infraestrutura para veículos elétricos e telecomunicações.
Segundo levantamento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o volume de aportes chineses em tecnologia superou US$ 4,2 bilhões no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 36% em relação ao mesmo período do ano passado. Empresas como BYD, Huawei, Didi e Alibaba Cloud estão entre as que mais expandiram presença e operações locais.
Na área de mobilidade urbana, por exemplo, a Didi Chuxing aumentou sua participação no mercado brasileiro com novas funcionalidades em inteligência artificial e segurança em tempo real. Já no campo da infraestrutura digital, a Huawei anunciou novos investimentos em 5G e em centros de dados, com projetos previstos em estados como São Paulo, Paraná e Goiás.
Para especialistas, o Brasil oferece um ambiente atrativo para investimentos estrangeiros por conta do tamanho do mercado interno, talento local e demanda crescente por soluções tecnológicas em saúde, logística, varejo e educação.
“O Brasil tornou-se uma extensão natural da estratégia chinesa de internacionalização em tecnologia, por seu potencial de consumo e base jovem conectada”, avalia a pesquisadora Carla Wang, do Centro de Estudos Sino-Latino-Americanos (Cesla).
A intensificação da presença chinesa também é vista como oportunidade para ampliar cooperação acadêmica e científica, especialmente em temas como computação em nuvem, energias limpas e inteligência artificial. No entanto, o avanço dos investimentos é acompanhado com cautela por setores que defendem regras de proteção de dados e segurança cibernética mais rígidas.
O governo brasileiro tem sinalizado interesse em manter o fluxo de investimentos, desde que observados os princípios da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e diretrizes estratégicas de soberania digital.
FONTE: newsus.cgtn.com