O Brasil caminha para registrar uma safra recorde de soja em 2025, com estimativa de mais de 102,2 milhões de toneladas exportadas até o fim de outubro — volume que supera os totais dos anos anteriores e reafirma o país como líder global na produção e comercialização do grão.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que as exportações brasileiras de soja, apenas em setembro, superaram 6,7 milhões de toneladas. A China permanece como principal destino, absorvendo 93% do volume comercializado no mês, impulsionada pela recomposição de estoques e por tensões comerciais com os Estados Unidos.
O Paraná figura entre os três maiores exportadores nacionais, junto com Mato Grosso e Rio Grande do Sul. No estado, o desempenho foi alavancado por condições climáticas favoráveis e aumento de produtividade em regiões como Norte Pioneiro, Oeste e Noroeste. As cooperativas agroindustriais paranaenses também ampliaram capacidade logística e armazenagem, permitindo maior fluidez no escoamento.
Especialistas apontam que a superprodução tem gerado pressões sobre os portos e estradas, especialmente nos terminais de Paranaguá e Santos, elevando custos logísticos. Ainda assim, o setor projeta receita superior a US$ 60 bilhões com exportações de soja em 2025, o que contribui para reforçar o superávit da balança comercial e a entrada de dólares no país.
Apesar do desempenho positivo, analistas do agronegócio alertam para possível queda nos preços internacionais, em razão da oferta elevada combinada à desaceleração da demanda global. O governo brasileiro, por sua vez, sinalizou que pretende investir em estratégias de diversificação de mercados e em infraestrutura de transporte para manter a competitividade do setor.
FONTE: reuters.com