União Europeia intensifica estratégia para desenvolver inteligência artificial própria e reduzir dependência tecnológica

Tecnologia3 hours ago

Em meio à crescente disputa global pelo domínio da inteligência artificial (IA), a União Europeia (UE) anunciou nesta semana uma nova fase de sua estratégia tecnológica, voltada para o desenvolvimento autônomo de plataformas de IA, com o objetivo de reduzir sua dependência de empresas norte-americanas e chinesas.

A iniciativa, apresentada pela Comissão Europeia, inclui um conjunto de medidas para financiar empresas locais de tecnologia, criar infraestrutura de dados segura e promover modelos de IA com padrões éticos e transparentes. O bloco europeu pretende investir mais de € 10 bilhões até 2030 no fortalecimento de sua soberania digital.

Entre as ações prioritárias está a criação de um hub europeu de IA de código aberto, com acesso garantido a universidades, startups e centros de pesquisa, além de apoio para data centers e computação de alto desempenho.

“Nossa autonomia tecnológica não é apenas uma questão econômica, mas também de segurança e valores democráticos”, declarou Margrethe Vestager, vice-presidente executiva da Comissão Europeia. Segundo ela, a nova estratégia busca equilibrar inovação com responsabilidade, em contraste com modelos de IA desenvolvidos em ambientes regulatórios mais flexíveis, como os dos Estados Unidos.

O plano surge em um momento em que empresas como OpenAI, Meta e Anthropic dominam o mercado global com ferramentas como ChatGPT, Claude e LLaMA. Especialistas alertam que a concentração dessas tecnologias em poucas mãos pode comprometer a privacidade, pluralidade e neutralidade digital no longo prazo.

A União Europeia também reforçou que pretende manter regras rígidas de transparência algorítmica, segurança de dados e rastreabilidade dos modelos de IA, conforme o AI Act — legislação pioneira aprovada neste ano e já considerada referência internacional.

O sucesso da estratégia dependerá agora da capacidade de execução dos Estados-membros e da competitividade das empresas europeias frente às gigantes globais. Ainda assim, o anúncio marca um posicionamento geopolítico claro da UE na corrida global da inteligência artificial.

FONTE: ft.com

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