Indústria dos Estados Unidos desacelera em meio a tarifas e mercado de trabalho enfraquecido

A indústria dos Estados Unidos registrou sinais de desaceleração em setembro, afetada por pressões tarifárias e pela fragilidade do mercado de trabalho. O índice de atividade industrial do país avançou de forma modesta no último mês, mas segue abaixo da linha que separa crescimento de retração, indicando dificuldades na retomada do setor manufatureiro.

Segundo o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês), os subíndices de novos pedidos e emprego continuam recuando. Fabricantes apontam que as tarifas comerciais impostas recentemente pelo governo norte-americano, em especial sobre importações da China e de países da América do Sul, aumentaram os custos de produção e reduziram a competitividade das exportações norte-americanas.

Além disso, o mercado de trabalho industrial enfrenta desafios. Muitas empresas relatam dificuldade para preencher vagas especializadas ao mesmo tempo em que cortam postos em função do recuo da demanda. O setor automotivo, por exemplo, tem sofrido com atrasos nas cadeias de suprimentos e menor volume de vendas no varejo.

Economistas destacam que as incertezas fiscais decorrentes da paralisação parcial do governo dos EUA (shutdown) também pesam sobre o ambiente de negócios, atrasando investimentos e criando obstáculos à formulação de políticas públicas voltadas à recuperação industrial.

Em paralelo, o Federal Reserve segue atento ao cenário, mas enfrenta limitações para estimular a economia sem comprometer o combate à inflação, ainda resistente. O atual contexto dificulta uma retomada vigorosa da indústria norte-americana e gera efeitos indiretos em economias globais integradas à cadeia de fornecimento dos EUA.

FONTE: reuters.com