As principais economias industriais da Ásia registraram desaceleração em setembro, refletindo o enfraquecimento da demanda global, especialmente proveniente da China e dos Estados Unidos. Os dados, divulgados por institutos nacionais e agências de pesquisa de mercado, apontam que a atividade fabril em países como Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Malásia segue sob forte pressão, ampliando as preocupações com a saúde econômica da região.
No Japão, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) para o setor industrial caiu pelo terceiro mês consecutivo, marcando o nível mais baixo desde o início do ano. A retração foi atribuída à redução nas exportações de bens eletrônicos e componentes automotivos, dois dos pilares da economia japonesa.
Em Taiwan, onde a indústria de semicondutores tem papel estratégico na economia global, o ritmo de produção desacelerou em meio à queda nas encomendas externas e à incerteza sobre os investimentos do setor tecnológico. Na Coreia do Sul, a indústria também registrou contração, com destaque para o enfraquecimento do setor químico e siderúrgico.
Especialistas apontam que a lenta recuperação da economia chinesa tem sido um dos principais fatores por trás da retração asiática. A China, maior importadora de produtos intermediários e manufaturados da região, ainda lida com dificuldades no setor imobiliário e consumo doméstico contido, o que afeta diretamente seus parceiros comerciais.
A demanda dos Estados Unidos, outro mercado-chave, também deu sinais de enfraquecimento nos últimos meses, especialmente em razão das taxas de juros elevadas, que restringem o consumo e os investimentos. Com isso, cadeias globais de produção baseadas na Ásia vêm enfrentando excesso de estoques e postergação de novos pedidos.
O cenário aumenta a pressão sobre bancos centrais da região, que precisam equilibrar políticas de estímulo ao crescimento com controle da inflação, ainda presente em algumas economias. A desaceleração asiática também repercute em mercados emergentes, como o Brasil, que dependem de exportações de commodities e componentes industriais para o bloco.
FONTE: reuters.com