Os preços internacionais do petróleo registraram nova queda nesta semana, atingindo o patamar mais baixo dos últimos quatro meses. A cotação do barril do tipo Brent, referência global, caiu abaixo de US$ 82, enquanto o barril do tipo WTI, negociado nos Estados Unidos, recuou para menos de US$ 78 — os menores níveis desde junho.
O movimento de desvalorização reflete uma combinação de fatores econômicos e geopolíticos. Entre os principais está a possibilidade de um aumento na oferta por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEC+), que pode anunciar uma ampliação da produção a partir de novembro. A decisão viria em resposta à desaceleração da demanda global, especialmente nos Estados Unidos, Europa e China.
Nos EUA, o cenário de paralisação parcial do governo federal (shutdown) e as incertezas fiscais pressionam os mercados. Analistas também destacam que a fraqueza recente dos dados do setor industrial norte-americano e o desaquecimento do mercado de trabalho estão contribuindo para uma revisão das expectativas de consumo de energia no país.
Na Ásia, a desaceleração das fábricas em economias-chave, como Japão e Taiwan, reforça o temor de enfraquecimento na demanda por petróleo no curto prazo. A recuperação econômica da China, considerada motor do crescimento global, tem sido mais lenta do que o esperado, o que impacta diretamente os fluxos comerciais e o consumo de commodities energéticas.
Os investidores seguem atentos ao próximo encontro da OPEC+, marcado para as próximas semanas, que pode definir o rumo da produção global. Enquanto isso, a volatilidade no mercado de petróleo deve se manter elevada, com impactos diretos sobre os preços dos combustíveis e a inflação em diversos países, incluindo o Brasil.
FONTE: reuters.com