Um levantamento nacional realizado com estudantes do ensino médio revelou que o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa se tornou prática comum nas atividades escolares. Segundo a pesquisa, sete em cada dez alunos afirmam utilizar tecnologias como o ChatGPT e outros assistentes de IA para realizar pesquisas e elaborar trabalhos escolares. No entanto, apenas 32% dos estudantes disseram ter recebido orientação formal das escolas sobre como usar esses recursos de forma ética e crítica.
O estudo, divulgado pelo Instituto Crescer em parceria com a Fundação Telefônica Vivo, aponta uma rápida disseminação do uso de IA no ambiente educacional, especialmente após a pandemia e o fortalecimento do ensino híbrido. Apesar do entusiasmo com as possibilidades dessas tecnologias, os pesquisadores alertam para a ausência de políticas educacionais que preparem alunos e professores para lidar com os desafios e limites do uso da inteligência artificial na aprendizagem.
Entre os principais usos relatados pelos estudantes estão a elaboração de redações, a busca por explicações de conteúdos complexos, e a resolução de exercícios. Em alguns casos, os alunos admitiram copiar respostas geradas por IA sem a devida checagem ou compreensão do conteúdo, o que levanta preocupações sobre o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico e autonomia intelectual.
A falta de diretrizes nas escolas também tem gerado insegurança entre professores. Muitos relatam incerteza sobre como avaliar trabalhos produzidos com o auxílio de IA ou sobre como incentivar um uso responsável dessas ferramentas. Especialistas em educação digital defendem a inclusão de conteúdos sobre inteligência artificial no currículo escolar e a capacitação docente para o uso pedagógico dessas tecnologias.
O Ministério da Educação já estuda diretrizes para regulamentar o uso de IA nas redes públicas de ensino, com foco em garantir acesso equitativo às ferramentas e promover uma formação ética e crítica entre os estudantes.
FONTE: agenciabrasil.com