Um levantamento apresentado pela Fundação Santillana trouxe à tona um debate central sobre o papel da educação no Brasil. O estudo revela que, apesar de ser um direito garantido pela Constituição, a educação ainda funciona, em muitos contextos, como um privilégio condicionado à classe social e à herança de oportunidades familiares.
A análise mostra que fatores como renda, território e escolaridade dos pais continuam a influenciar de forma decisiva o acesso e a permanência dos estudantes no sistema de ensino. Essa realidade aprofunda as desigualdades e compromete o potencial de mobilidade social.
De acordo com os dados, a disparidade se evidencia principalmente no ensino médio e no ensino superior, onde a taxa de abandono e a defasagem idade-série são maiores entre jovens de baixa renda. O estudo também destaca que a qualidade da educação básica varia significativamente entre regiões, reforçando desigualdades históricas entre Norte, Nordeste e Sul-Sudeste.
Para especialistas, o cenário exige políticas públicas capazes de romper com o ciclo de exclusão. A ampliação de investimentos na formação docente, em infraestrutura escolar e em programas de permanência estudantil é vista como fundamental para aproximar o país da universalização do direito à educação.
O relatório reforça que a educação deve ser tratada como bem público e instrumento de transformação social, e não como herança limitada a determinados grupos sociais.
FONTE: agenciabrasil.com