Inflação recua com queda nos alimentos e deve manter trajetória de alívio

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de –0,11% em agosto, puxada principalmente pela redução nos preços de alimentos, habitação e bebidas. É a primeira variação negativa desde agosto de 2024 e sinaliza um movimento de alívio nos custos para as famílias brasileiras.

Com o resultado, a inflação acumulada no ano chega a 3,15%, enquanto no acumulado de 12 meses a taxa é de 5,13%, abaixo dos 5,23% observados no período anterior.

Segundo o Ministério da Fazenda, a tendência de queda deve permanecer nos próximos meses, sustentada pela safra recorde da agricultura e pela política de incentivo à produção rural, como o Plano Safra. O governo aposta que a oferta abundante de grãos e hortifrutigranjeiros ajudará a conter novas pressões inflacionárias.

Para analistas, a deflação abre espaço para uma redução gradual dos juros ainda em 2025, o que poderia impulsionar o consumo e o investimento. No entanto, especialistas alertam para os riscos externos, como a desaceleração da economia chinesa e a elevação das tarifas dos Estados Unidos, que podem afetar a balança comercial e gerar novos choques de preços.

O resultado reforça o papel do agronegócio como fator decisivo no controle da inflação e reacende o debate sobre a política monetária, em um momento em que o governo sinaliza confiança em um ambiente de maior estabilidade econômica.

FONTE: agenciabrasil.com