O governo federal deve lançar ainda em setembro o programa Redata, que pretende transformar o Brasil em um dos principais destinos globais para a instalação de data centers de grande porte. A estratégia inclui isenções fiscais e redução de tributos de importação sobre equipamentos de alto custo, como servidores e sistemas de resfriamento, desde que os empreendimentos utilizem 100% de energia renovável.
Segundo fontes ligadas ao Ministério da Fazenda, o Redata busca atrair gigantes da tecnologia como Google, Microsoft e Amazon Web Services, que já operam estruturas no país, mas avaliam ampliar sua presença na América Latina. A medida também acompanha uma mudança regulatória nas Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs), que passarão a exigir o uso exclusivo de energia limpa nos empreendimentos.
O plano chega em um momento estratégico, em meio ao crescimento acelerado da demanda por inteligência artificial, computação em nuvem e Internet das Coisas (IoT). A infraestrutura de data centers é vista como essencial para suportar o avanço tecnológico, além de gerar empregos diretos e indiretos nas regiões que receberem os investimentos.
Especialistas apontam que a exigência de energia renovável pode se tornar um diferencial competitivo, já que multinacionais estão cada vez mais pressionadas por metas ambientais globais. “O Brasil tem potencial de liderar a transição energética digital na América Latina, unindo abundância de energia limpa à expansão tecnológica”, afirmou a economista Clara Mendonça, da consultoria GreenTech.
O anúncio oficial está previsto para as próximas semanas e deve detalhar os valores estimados de renúncia fiscal e a expectativa de captação de investimentos até 2030.
FONTE: reuters.com