Durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Paraná, nesta terça-feira (26), representantes da educação, especialistas em tecnologia e parlamentares discutiram os impactos da inteligência artificial (IA) no ambiente escolar. Com o tema “Tecnologia e seus efeitos na educação pública”, o encontro teve como foco o avanço de ferramentas digitais no ensino e os desafios da valorização docente frente às novas tecnologias.
A audiência foi convocada pelas deputadas estaduais Ana Júlia Ribeiro e Carol Dartora (PT) e contou com a participação da APP-Sindicato, entidade que representa os trabalhadores da educação pública estadual. Em sua fala, o presidente da entidade, Hermes Leão, foi categórico: “Nenhuma inteligência artificial substitui a mediação humana, o olhar sensível e o compromisso social dos professores”.
A discussão abordou o uso de plataformas digitais, algoritmos de correção automática, tutores virtuais e sistemas de ensino baseados em dados, cada vez mais presentes nas redes de ensino. Embora reconheçam os benefícios da tecnologia como ferramenta pedagógica, os educadores alertaram para o risco de desumanização do processo de aprendizagem e a precarização das relações de trabalho.
Pesquisadores convidados reforçaram que a IA pode ser aliada no planejamento, na personalização do ensino e na otimização de rotinas escolares, mas que seu uso precisa ser regulado e mediado por profissionais da educação. “O professor não pode ser visto como um operador de máquina. Ele é o protagonista do processo de aprendizagem”, afirmou a pedagoga Renata Custódio, da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
A APP-Sindicato defendeu ainda que qualquer implementação tecnológica nas escolas públicas precisa garantir formação continuada aos professores, segurança de dados e critérios éticos claros.
A audiência foi encerrada com o compromisso de ampliar o debate nas escolas e levar as pautas discutidas ao Ministério da Educação, para garantir que o avanço tecnológico no ensino público brasileiro caminhe ao lado da valorização humana.
FONTE: appsindicato.org.br