A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manteve em 2,3% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2025, apesar do cenário de retração em setores industriais. O ajuste foi possível graças ao desempenho robusto da agropecuária, que mais uma vez aparece como motor da economia nacional.
Segundo a entidade, a estimativa de avanço da indústria foi revisada de 2,2% para 1,7%, em razão da queda na produção de bens de consumo e da menor demanda interna. Em contrapartida, o agronegócio ganhou fôlego: a projeção para o setor subiu de 5,5% para 7,9%, impulsionada por uma safra recorde e pela alta nas exportações de grãos e proteínas.
Especialistas avaliam que, sem o resultado do campo, o país estaria diante de um crescimento bem mais tímido. “O agronegócio continua sendo o colchão de estabilidade da economia brasileira. Ele segura o PIB em momentos de desaceleração da indústria e garante superávit na balança comercial”, destacou um economista ouvido pela reportagem.
Apesar do alívio trazido pelo agro, a CNI alerta para a necessidade de políticas voltadas à retomada da competitividade industrial, considerada essencial para garantir crescimento sustentável no longo prazo. Investimentos em inovação, infraestrutura e redução do chamado “custo Brasil” aparecem como medidas urgentes para equilibrar a balança entre os setores produtivos.
O contraste entre a pujança do campo e a fragilidade da indústria escancara um dilema estrutural da economia brasileira: enquanto o agronegócio segue como protagonista, outros setores ainda lutam para acompanhar o ritmo e responder às demandas de um mercado global cada vez mais competitivo.
FONTE: noticiasaominuto.com.br