A trajetória das contas públicas voltou ao centro do debate econômico. Com a dívida bruta ultrapassando os 77% do PIB e a pressão sobre o orçamento aumentando, especialistas alertam para a necessidade urgente de um ajuste fiscal estruturante.
Entre as propostas em discussão, ganha força a ideia de flexibilizar gastos obrigatórios e revisar incentivos tributários que hoje comprometem parte significativa da arrecadação. A medida, defendida por governadores e economistas, busca abrir espaço no orçamento para investimentos estratégicos sem ampliar ainda mais o endividamento do país.
O desafio, no entanto, é político. A maioria das despesas do governo federal está vinculada a áreas sensíveis como saúde, educação e previdência. Alterações exigiriam aprovação no Congresso, onde a pauta encontra resistências. “Não se trata apenas de cortar gastos, mas de redefinir prioridades e garantir eficiência no uso dos recursos públicos”, afirmou um analista de finanças públicas ouvido pela reportagem.
A equipe econômica avalia cenários em meio a uma conjuntura marcada por juros elevados, baixo crescimento e volatilidade no mercado financeiro. Para investidores, a percepção de risco aumenta na medida em que não há clareza sobre como o país conterá o avanço da dívida.
Se por um lado há consenso sobre a necessidade de ajuste, por outro falta consenso político para sua implementação. Até lá, o Brasil segue em compasso de espera, equilibrando-se entre a busca por responsabilidade fiscal e a pressão por manter programas sociais e investimentos em setores estratégicos.
FONTE: portaltela.com