Nos bastidores de Brasília, uma nova frente de disputa econômica ganhou força: o setor de apostas online enfrenta pressão crescente de representantes da indústria e do comércio para ser incluído na lista de atividades que sofrerão a chamada tributação seletiva, popularmente conhecida como “imposto do pecado”.
As casas de apostas, que movimentam bilhões de reais no Brasil em poucos anos de operação, tentam barrar a medida. Argumentam que uma carga tributária elevada poderia reduzir a atratividade do setor e empurrar parte dos usuários para plataformas clandestinas, fora do alcance da regulamentação.
Do outro lado, entidades ligadas à indústria e ao varejo defendem que a taxação é necessária para conter o que chamam de “sangria silenciosa” na economia real. Segundo empresários, os recursos gastos em apostas retiram poder de compra do consumidor em setores produtivos, prejudicando a geração de empregos formais e a arrecadação tradicional.
A proposta em debate no Congresso prevê que o imposto comece a valer já em 2026, com alíquotas ainda em discussão. Líderes parlamentares afirmam que o tema deve ganhar prioridade nas próximas semanas, em meio ao esforço do governo para aumentar receitas e reduzir o déficit fiscal.
Especialistas avaliam que a disputa evidencia a dificuldade do país em equilibrar inovação digital e interesses tradicionais. Enquanto o setor de apostas busca se consolidar como novo player econômico, a indústria tenta proteger sua participação em um mercado já pressionado por custos altos e demanda instável.
O embate, que mistura economia, política e moralidade social, promete dominar o debate em Brasília nos próximos meses. O desfecho poderá não apenas redefinir a forma como os brasileiros apostam, mas também o destino de bilhões em arrecadação que hoje escapam dos cofres públicos.
FONTE: correiobraziliense.com.br