Setor de sucos prevê perdas bilionárias com tarifas sobre subprodutos de laranja impostas pelos EUA

A indústria brasileira de sucos enfrenta um novo desafio no comércio internacional após a decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas de 50% sobre subprodutos da laranja, como óleos essenciais, polpas e resíduos utilizados na fabricação de sucos reconstituídos, cosméticos e produtos alimentícios.

Segundo estimativas da CitrusBR, entidade que representa o segmento citrícola, o impacto financeiro pode chegar a R$ 1,54 bilhão ao ano, afetando diretamente exportadores, indústrias de processamento e produtores rurais. Embora o suco de laranja em si tenha sido isento da medida, a taxação sobre seus derivados ameaça a competitividade do Brasil no maior mercado consumidor do mundo.

Os subprodutos da laranja são parte fundamental do modelo de negócios da cadeia produtiva, ajudando a reduzir custos e a aumentar a margem de lucro. Com a nova tarifa, empresas brasileiras temem perder espaço para concorrentes de outros países, além de sofrer com a retração de contratos já firmados.

Especialistas avaliam que a medida norte-americana, anunciada como proteção à indústria local, pode provocar uma reacomodação no comércio global do setor. “Os derivados são essenciais para a viabilidade econômica da produção. Sem eles, a conta não fecha para muitos produtores e indústrias”, afirmou um consultor do mercado citrícola.

O governo brasileiro já sinalizou que buscará diálogo com Washington para reverter a decisão ou amenizar seus efeitos. Enquanto isso, empresas estudam estratégias para diversificar mercados e reduzir a dependência das vendas para os EUA, que atualmente respondem por uma parcela significativa das exportações de derivados da laranja brasileira.

FONTE: reuters.com