Exportadores brasileiros de café relatam dificuldades crescentes para embarcar o produto aos Estados Unidos após a imposição de tarifas de até 50% pelo governo norte-americano. De acordo com entidades do setor, compradores dos EUA têm solicitado o adiamento das remessas, medida que já afeta o fluxo logístico e pode trazer prejuízos financeiros significativos.
O problema atinge principalmente produtores que dependem de pré-financiamento ou que operam com contratos futuros, nos quais o atraso na entrega compromete o recebimento de pagamentos e eleva os custos de armazenamento. Em alguns casos, estoques destinados ao mercado externo precisam ser realocados para o mercado interno, o que pressiona a logística e pode impactar preços domésticos.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) alerta que a situação exige atenção imediata. “O adiamento de embarques gera insegurança comercial e afeta a credibilidade dos contratos, prejudicando toda a cadeia produtiva”, afirmou um representante da entidade.
As tarifas impostas por Washington foram justificadas como medida de proteção à indústria norte-americana, mas têm sido criticadas por exportadores brasileiros, que veem na decisão um risco à relação bilateral e à competitividade do produto nacional no maior mercado consumidor do mundo.
Especialistas avaliam que, se a situação persistir, o impacto pode se estender para além do setor cafeeiro, afetando outros segmentos do agronegócio brasileiro que dependem fortemente das vendas para os EUA. Enquanto isso, produtores e tradings buscam diversificar destinos, mirando mercados como Europa e Ásia para reduzir a dependência do mercado norte-americano.
FONTE: reuters.com