O cenário econômico brasileiro de agosto de 2025 apresenta uma série de desafios e expectativas. O dólar comercial segue em alta, cotado acima de R$ 5,40, com o dólar turismo sendo negociado entre R$ 5,47 e R$ 5,65, dependendo da casa de câmbio e da forma de pagamento. Esse movimento reflete a crescente incerteza em relação à política interna e à evolução das economias globais.
Com o dólar em alta, o impacto sobre o comércio exterior e a importação de bens essenciais se intensifica, prejudicando principalmente as indústrias dependentes de matérias-primas estrangeiras. A volatilidade cambial também afeta o planejamento econômico de empresas e consumidores, que enfrentam aumento nos custos de produtos importados e insumos para a produção nacional.
Simultaneamente, a inflação no Brasil se mantém controlada, com a taxa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) prevista para encerrar 2025 em 4%, dentro da meta estipulada pelo Banco Central. A expectativa é que a inflação desacelere gradualmente nos próximos meses, principalmente devido à política monetária restritiva do BC e à estabilidade dos preços dos alimentos.
Entretanto, a taxa de juros segue em 15%, mantendo-se alta para combater a inflação. O aumento da taxa Selic, que impacta diretamente o crédito e o consumo das famílias, tem gerado um ambiente de desaceleração da economia, afetando principalmente setores como o comércio e a construção civil.
O cenário de juros elevados reflete o esforço do Banco Central em controlar a inflação, mas também tem gerado consequências no mercado de trabalho e no crescimento do PIB. Estima-se que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2025 será limitado a 2% a 2,5%, um patamar abaixo do crescimento de 3,4% registrado no ano anterior. O otimismo das projeções de crescimento se mantém, mas está ofuscado pelas incertezas fiscais e pela pressão sobre o consumo das famílias.
Esse conjunto de fatores cria um ambiente de incerteza econômica para o Brasil em 2025, com o câmbio volátil e a inflação controlada, mas com o consumo e os investimentos econômicos ainda abaixo do esperado. O mercado aguarda novas sinalizações do governo federal e do Banco Central sobre as políticas fiscais e monetárias que poderão determinar o rumo da economia nos próximos meses.
FONTE: opovo.com