Os principais mercados financeiros do mundo operaram em alta nesta terça-feira (5), impulsionados pela crescente expectativa de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, promova um corte na taxa básica de juros já em setembro. O movimento ocorre após a divulgação de dados abaixo do esperado sobre o mercado de trabalho americano, sinalizando possível desaceleração da economia.
Na sexta-feira anterior, o Departamento de Trabalho dos EUA informou a criação de apenas 110 mil vagas formais em julho, abaixo da média dos meses anteriores. O índice de desemprego subiu para 4,3%, o maior nível desde 2022. O resultado foi interpretado por analistas como um sinal de que a política monetária contracionista pode estar freando mais do que o desejado a atividade econômica.
Com isso, os mercados asiáticos e europeus reagiram positivamente. O índice MSCI Ásia-Pacífico avançou 0,6%, o Nikkei 225, de Tóquio, subiu 0,5%, e o Hang Seng, de Hong Kong, ganhou 0,7%. Na Europa, o DAX (Alemanha), CAC 40 (França) e FTSE 100 (Reino Unido) também fecharam em alta.
Nos Estados Unidos, o índice Nasdaq liderou os ganhos, puxado por ações de tecnologia, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones operaram com estabilidade positiva. A moeda americana cedeu frente ao euro e ao iene, refletindo a perspectiva de menor retorno nos ativos denominados em dólar.
Segundo economistas, a possibilidade de corte nos juros é interpretada como um alívio para o sistema financeiro global, que vinha sofrendo com custos elevados de crédito, desaceleração no consumo e incertezas provocadas pelas recentes disputas comerciais envolvendo os EUA, Brasil, China e União Europeia.
“A desaceleração do mercado de trabalho nos Estados Unidos muda a dinâmica global. Os investidores apostam que o Fed começará a reduzir os juros para evitar uma recessão técnica. Isso pode beneficiar também economias emergentes, como o Brasil, que enfrentam pressão cambial e juros domésticos elevados”, afirma Julio Salgado, analista da Leste Asset.
O Federal Reserve deve se reunir novamente no final de setembro, e os próximos dados de inflação serão cruciais para confirmar ou não o início do ciclo de afrouxamento monetário.
FONTE: reuters.com