BP anuncia maior descoberta de petróleo e gás no Brasil em 25 anos e reacende debate sobre exploração offshore

A multinacional britânica BP (British Petroleum) anunciou, nesta segunda-feira (4), a maior descoberta de petróleo e gás no litoral brasileiro desde o ano 2000, um marco que pode redefinir os rumos da matriz energética e da exploração offshore no país.

Segundo comunicado da empresa divulgado à Bolsa de Valores de Londres, a jazida foi localizada na Bacia de Potiguar, na costa do Rio Grande do Norte, a aproximadamente 150 km do continente. Estimativas preliminares indicam que o reservatório pode conter mais de 1 bilhão de barris de petróleo equivalente, o que a coloca entre as maiores reservas descobertas nas últimas décadas em território brasileiro.

A descoberta fez as ações da companhia subirem 1,5% no mercado europeu, e gerou repercussão imediata no setor energético nacional. O Ministério de Minas e Energia confirmou o achado e afirmou que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) já acompanha os próximos passos da operação, que deve entrar em fase de avaliação técnica detalhada ainda neste semestre.

O anúncio reacende o debate sobre o papel do Brasil no fornecimento global de petróleo frente à transição energética e à descarbonização. Enquanto especialistas apontam o potencial estratégico da descoberta para reforçar a segurança energética nacional e ampliar receitas com royalties, ambientalistas manifestaram preocupação com os impactos ecológicos da exploração em áreas sensíveis da costa atlântica.

Representantes do governo federal indicaram que, caso os dados se confirmem, a jazida poderá integrar o portfólio de leilões futuros da ANP, com prioridade para exploração em regime de partilha. “É uma descoberta com potencial para transformar a economia do Rio Grande do Norte e impulsionar novas cadeias produtivas no Nordeste”, afirmou o secretário-executivo da pasta.

A BP opera no Brasil desde 2008 e já possui licenças em diversas bacias sedimentares. Com essa nova frente de exploração, a companhia amplia sua presença estratégica na América do Sul em meio à disputa global por reservas energéticas em regiões ainda subexploradas.

FONTE: rtp.com