O mercado financeiro reduziu, nesta segunda-feira (4), a projeção de inflação para o ano de 2025. A nova estimativa é de 5,07%, ante os 5,21% previstos na semana anterior, segundo dados divulgados pelo boletim Focus, do Banco Central. Apesar de ainda estar acima da meta oficial de 3%, a revisão reflete a percepção de estabilização dos preços em setores-chave da economia e um alívio no comportamento do câmbio.
A desaceleração inflacionária ocorre em meio a uma política monetária ainda rígida — com a taxa Selic mantida em 15% ao ano — e ao impacto de choques externos, como o aumento das tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Mesmo com os riscos externos, analistas do mercado destacam que a economia brasileira mostra sinais de resiliência.
O dólar fechou a última sexta-feira cotado a R$ 5,60, com tendência de oscilação moderada até o fim de 2025. Projeções indicam que a moeda norte-americana pode encerrar o próximo ano na casa dos R$ 5,70, influenciada por fatores como o realinhamento das exportações e as negociações diplomáticas com os EUA.
No lado real da economia, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4% no primeiro trimestre, segundo o IBGE, impulsionado principalmente pelo desempenho da agropecuária, que registrou aumento de 3,7% no período. Setores como serviços e comércio também apresentaram estabilidade, ainda que sob os efeitos de juros elevados e menor dinamismo no consumo das famílias.
Economistas avaliam que o país caminha para um crescimento moderado, porém consistente, com possibilidade de avanço de até 2,5% no ano, caso o ambiente internacional não se deteriore. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou recentemente que o governo seguirá focado no equilíbrio fiscal e na ampliação dos investimentos públicos e privados para sustentar a retomada.
Apesar das incertezas causadas pelo cenário externo e pelas pressões políticas, os dados divulgados reforçam que a economia brasileira tem conseguido navegar com cautela e estabilidade, apostando em ajustes graduais e políticas de contenção de riscos.
FONTE: agenciabrasil.com