Em um movimento coordenado por centrais sindicais, cooperativas e entidades do agronegócio, manifestantes foram às ruas nesta sexta-feira (1º) em diversas capitais brasileiras para protestar contra as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos nacionais. Os atos, organizados sob o lema “Não ao Tarifaço de Trump!”, aconteceram em ao menos 12 estados e contaram com caminhoneiros, produtores rurais, trabalhadores da indústria e estudantes.
Em São Paulo, a principal manifestação ocorreu na Avenida Paulista, onde milhares de pessoas ocuparam as faixas centrais com bandeiras, faixas e gritos de ordem contra o que classificaram como uma medida “agressiva, unilateral e injusta”. Durante o ato, líderes do movimento cobraram ações concretas do governo federal para proteger os setores afetados e evitar demissões em massa.
“Essas tarifas colocam em risco milhares de empregos no campo e na indústria. O governo precisa reagir com firmeza, pressionando o Congresso dos Estados Unidos e articulando novos acordos comerciais”, declarou José Farias, dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (Contag).
Em Brasília, o clima também foi de tensão. Manifestantes se concentraram em frente ao Itamaraty e ao Palácio do Planalto, exigindo uma resposta mais contundente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Representantes da indústria calçadista, citros, avicultura e metalurgia entregaram um manifesto conjunto ao Ministério do Desenvolvimento, apontando perdas bilionárias e solicitando apoio emergencial, isenções fiscais e estímulo às exportações para novos mercados.
O presidente Lula, que se reuniu com ministros da área econômica ainda pela manhã, declarou em entrevista coletiva que o governo “não se curvará a ataques unilaterais” e que já busca diálogo diplomático com o governo norte-americano, além de alternativas comerciais com a Ásia e América Latina.
Além das capitais, cidades do interior com forte vocação exportadora também registraram paralisações e bloqueios parciais. Em Limeira (SP), produtores de suco de laranja realizaram um “tratoraço” simbólico na rodovia Anhanguera. Já em Chapecó (SC), frigoríficos reduziram o ritmo de produção e liberaram funcionários para participar dos atos.
A mobilização reforça o crescente descontentamento de setores produtivos com os impactos da medida norte-americana, e aumenta a pressão política sobre o governo brasileiro, que busca preservar a estabilidade econômica sem romper alianças diplomáticas.
FONTE: operamundi.uol.com.br