Após anos de retrocessos sociais, o Brasil finalmente está fora do Mapa da Fome das Nações Unidas, segundo declarou nesta sexta-feira (1º) o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. A conquista, comemorada como um marco pelo governo federal, foi atribuída ao fortalecimento de programas sociais — em especial o novo Bolsa Família — e ao impacto direto de ações estruturantes na educação básica e profissionalizante.
Durante coletiva de imprensa realizada na sede do Ministério, o ministro destacou que a reversão do cenário de insegurança alimentar só foi possível graças à articulação entre transferência de renda, acesso à educação e políticas públicas integradas. “Educação é um dos pilares centrais. Crianças e jovens com acesso garantido à escola, merenda de qualidade e programas de permanência, como o Pé-de-Meia, têm suas realidades transformadas. Isso rompe o ciclo da fome e da pobreza”, afirmou Dias.
Segundo dados oficiais, a reformulação do Bolsa Família em 2023 ampliou o valor médio dos repasses mensais, incluiu novos critérios de condicionalidade (como frequência escolar e vacinação) e priorizou famílias com crianças e adolescentes. Paralelamente, o Ministério da Educação expandiu o investimento em ensino técnico, alfabetização e alimentação escolar — medidas que, segundo o governo, agiram diretamente sobre os índices de desnutrição e evasão.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) confirmou a retirada do Brasil da lista dos países com risco grave de fome no último relatório mundial, publicado na semana passada. O relatório enfatizou a eficácia dos programas de segurança alimentar e a retomada da capacidade do país de combater a pobreza com políticas públicas estáveis e eficazes.
Entidades do terceiro setor e organismos internacionais comemoraram o anúncio, mas alertaram que os desafios permanecem. “É um passo importante, mas a permanência fora do Mapa da Fome depende da continuidade de investimentos em educação de qualidade, geração de emprego e fortalecimento da agricultura familiar”, pontuou Daniela Cruz, representante do Observatório da Segurança Alimentar da UFRGS.
FONTE: agenciabrasil.com