Em meio à escalada das tensões comerciais com os Estados Unidos, a ministra do Planejamento e coordenadora da Casa Civil, Simone Tebet, reforçou nesta quarta-feira (31) a importância de o Brasil adotar uma estratégia de diversificação comercial e diplomacia ativa para enfrentar os impactos das novas tarifas impostas por Washington.
Em declaração à imprensa, Tebet reconheceu que os EUA continuam sendo um parceiro estratégico para o Brasil, mas enfatizou que o país precisa “se fortalecer com outros blocos, como Mercosul, União Europeia, BRICS e África”, evitando a dependência excessiva de uma única rota de exportação.
“Dependemos dos Estados Unidos, sim. Mas também dependemos dos BRICS, da Europa e do Mercosul. O caminho é ampliar mercados, e não travar disputas que nos enfraquecem”, afirmou a ministra. A fala veio horas após o governo norte-americano confirmar que tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros entrarão em vigor a partir de 6 de agosto.
A equipe econômica do governo Lula estuda ampliar acordos bilaterais, acelerar tratativas com países do Sul Global e ativar instrumentos de compensação para empresas exportadoras afetadas. Além disso, um grupo de trabalho interministerial foi criado para acompanhar os efeitos do tarifaço e propor medidas de curto e médio prazo.
Internamente, a estratégia do Planalto busca transmitir estabilidade institucional e compromisso com o comércio internacional baseado em regras multilaterais, mesmo diante de medidas unilaterais por parte da Casa Branca, vistas por analistas como politicamente motivadas e economicamente punitivas.
FONTE: economia.uol.com