EUA e China reabrem diálogo em meio a clima tenso: negociações ocorrem na Suécia

Economia2 days ago

Representantes comerciais de Estados Unidos e China se reuniram nesta terça-feira (29), em Estocolmo, em um esforço diplomático para retomar o diálogo bilateral em meio a uma crescente tensão econômica entre as duas maiores potências globais. A reunião, mantida sob forte reserva até o início dos trabalhos, é vista por analistas como um possível ponto de inflexão após meses de escalada tarifária e embargos cruzados.

O encontro, promovido com apoio logístico da União Europeia, ocorre dias após Washington anunciar uma nova rodada de tarifas sobre produtos tecnológicos e industriais chineses, incluindo componentes eletrônicos, baterias e maquinário. Pequim, por sua vez, já sinalizou que poderá retaliar com restrições a exportações de metais estratégicos, como terras raras.

Fontes ligadas à delegação chinesa confirmaram que o governo de Xi Jinping busca “um caminho de estabilidade e previsibilidade nas relações comerciais”, mas exige a suspensão de tarifas consideradas “ilegais e discriminatórias”. Já o lado americano, segundo o Departamento de Comércio dos EUA, prioriza uma agenda de “segurança econômica, proteção à propriedade intelectual e acesso justo ao mercado”.

Apesar das diferenças, diplomatas envolvidos nas tratativas afirmam que a escolha da Suécia como sede representa uma tentativa de neutralidade e abertura para o diálogo técnico, distante das pressões políticas domésticas. Não há, no entanto, previsão de um acordo imediato — o encontro é considerado preliminar e exploratório.

“É um gesto de pragmatismo de ambas as partes, mas a distância entre os interesses continua significativa”, analisa Tomás Gutiérrez, especialista em relações internacionais da Universidade de Lisboa. “A China quer previsibilidade, os EUA querem reposicionamento estratégico”.

A reunião acontece em um momento delicado para a economia global, com cadeias produtivas ameaçadas por barreiras comerciais, pressão inflacionária e desaceleração na demanda internacional.

FONTE: IMF

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