China realiza megaconferência de inteligência artificial apesar de sanções dos EUA

A cidade de Xangai sedia nesta semana a World Artificial Intelligence Conference (WAIC 2025), considerada uma das maiores vitrines globais de inovação em inteligência artificial, mesmo sob o peso das sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos. O evento, que reúne mais de 800 empresas de tecnologia de todo o mundo, marca um momento estratégico para a China reforçar sua posição de liderança no setor, apesar do clima geopolítico adverso.

Entre os expositores estão gigantes como Huawei, Alibaba, Tencent, Baidu, Amazon e Tesla, que apresentam cerca de 3.000 inovações em IA, desde modelos generativos de linguagem e visão computacional até robôs industriais, veículos autônomos e sistemas de governança algorítmica.

As sanções norte-americanas, que limitam o acesso da China a chips avançados e equipamentos de litografia, não impediram o avanço da conferência, que ganhou dimensão diplomática e simbólica. Autoridades chinesas usaram o evento para reafirmar a estratégia nacional de autossuficiência tecnológica e criticaram o que chamaram de “unilateralismo tecnológico”.

O evento também serve como plataforma de cooperação Sul-Sul, com representantes de países da América Latina, África e sudeste asiático discutindo o uso da IA em políticas públicas, agricultura, educação e saúde.

Analistas apontam que a WAIC 2025 evidencia a resiliência do setor tecnológico chinês e a busca por alternativas ao modelo ocidental de inovação, com foco em soluções localizadas, uso social da IA e investimentos estatais de longo prazo.

A conferência termina no domingo (27), com anúncios previstos de novos fundos de financiamento, parcerias internacionais e programas educacionais voltados à formação em IA, posicionando a China como epicentro de um novo eixo global de desenvolvimento tecnológico.

FONTE: reuters.com